sábado, 27 de outubro de 2007

A espera de Bento





Família reunida: Glória, Ana, Cléo, Orlando e Antônia
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FamíliaOrlando e Glória nas alturasHá um ano e meio morando em Goiânia, ocasal aguarda a chegada de Bento, único filho para quem o cantor e compositor, que vive ótima fase na carreira, ainda não conseguiu compor uma música
texto: Cecília Maia, de Goiâniafotos: Felipe Barra
Falta pouco mais de um mês para o cantor e compositor Orlando Moraes perder o reinado em casa. A chegada de Bento, o primeiro varão da família, está programada para outubro. “Eu reino nesse harém há tempos e não sei como vai ser dividir isso com ele”, brinca Orlando, marido da atriz Glória Pires e pai de Antônia, 12, Ana, 4, e que tem Cléo, 21, como enteada. Bento nascerá em Goiânia, para onde a família se mudou há um ano e meio para levar uma rotina mais calma longe do agito do Rio de Janeiro. “Essa cidade é uma delícia, as crianças aproveitam muito, não tem trânsito, tudo é mais tranqüilo”, diz Glória.
Bento não foi planejado nem evitado. Depois do nascimento de Ana, Glória sofreu dois abortos espontâneos. Quando soube da nova gestação, a atriz ficou um pouco apreensiva por causa da idade – ela tem 41 anos – mas a gestação fluiu sem contratempos. “Estou me sentindo muito bem, nem repouso eu fiz e estou menos inchada que das outras vezes”, diz a atriz, que engordou 15 quilos e planeja ficar os próximos dois anos afastada da tevê para cuidar dos filhos. O ciúme da caçula está sendo combatido com responsabilidades. É dela a tarefa de organizar os presentes do irmãozinho no quarto dele. Embora diga que ter um menino não era sonho acalentado, Orlando admite que algo está diferente desta vez. “Fiz música para todas quando estavam na barriga e para ele ainda não consegui compor”, conta.
Orlando, 42 anos, também saboreia um bom momento profissional. Com 15 anos de estrada trilhada longe das grandes gravadoras, ele comemora o sucesso da música “Vem Não Vem” nas rádios. “Minha carreira é muito artesanal, cuidei dela de uma maneira peculiar para que eu não me tornasse escravo de gravadoras”, diz ele, com a bagagem de oito CDs e alguns prêmios no Brasil e no Exterior. Orlando começou a tocar piano de ouvido aos 4 anos. Tocou um sucesso de Vanderlei Cardoso para surpresa dos pais e dos seis irmãos. Na semana seguinte surpreendeu ainda mais dedilhando o Hino Nacional. Tornou-se sensação em Goiânia, sua cidade natal. Tanto que chegou a tocar para o presidente Emílio Médici, quando ele visitou a capital goiana.
“Eu era apontado nas ruas e isso me incomodava porque eu era muito criança”, lembra. Incomodava mais ainda a idéia que todos davam a seu pai, um rico fazendeiro criador de gado, de mandá-lo estudar fora do País. “Tinha pavor disso”, diz. Com tanta pressão, ele se bloqueou para o estudo formal de piano. Chegou a fazer teste num conservatório mas não aprendeu a ler partituras. Tocava todas as peças de ouvido. “Tenho um ouvido absoluto”, garante ele, que saiu de perto da família aos 15 anos, após a morte de seu pai, para morar no Rio de Janeiro. Hoje, Orlando se divide entre a música e sua fazenda nos arredores de Goiânia, onde cria gado de corte e planta milho. Há dois meses, a família alugou um apartamento na cidade para facilitar o deslocamento das crianças para a escola. Em breve, eles pretendem adquirir um imóvel. Voltar para o Rio, onde mantêm residência, não está nos planos por enquanto. Orlando acaba de comprar uma casa às margens do rio Araguaia, no mesmo lugar onde há 16 anos come-çou a história de amor dele e da atriz. “Foi uma forma de brindar esse grande e maravilhoso encontro com a Glória”, declara, apaixonado.

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