domingo, 4 de novembro de 2007

Gloria Pires & Daniel Filho homenagens Portugal













TELENOVELAS
Glória Pires quer estar "cada vez mais próxima do cinema" mas não abandona novelas

19 10 2007 18.13H

A actriz brasileira Glória Pires afirmou hoje que pretende «ficar cada vez mais próxima do cinema», um desejo que vai concretizar com a participação em dois novos filmes em 2008 e num projecto pessoal de criação de documentários.
«Vou continuar a fazer novelas, mas estou a adorar esta novidade na minha vida que é o cinema», disse a actriz, de 43 anos, numa entrevista à Agência Lusa a propósito da homenagem de que está a ser alvo, em conjunto com o realizador Daniel Filho, na 2ª Mostra de Cinema Brasileiro, a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Telenovelas como "Selva de Pedra", "Dancing Days", "Cabocla", "Mulheres na Areia", entre outras, lançaram-na num estrelato no Brasil e em Portugal, podendo ser vista actualmente em "Paraíso Tropical", um dos trabalhos mais recentes.
No cinema, um trabalho da actriz menos conhecido dos portugueses, participou numa dezena de filmes nas duas últimas décadas, os mais recentes dirigidos por Daniel Filho, como "A Partilha" (2001) e "Se eu fosse você", que no ano passado foi visto por 3,6 milhões de pessoas no Brasil.
Devido ao sucesso desta longa-metragem - a história de um casal que um dia acorda com a consciência de um no corpo do outro - começam já em Janeiro de 2008 as filmagens de uma sequela, «algo nunca feito no Brasil», comentou à Lusa.
Para a actriz, o melhor do cinema é trabalhar em equipa: «A troca que se estabelece entre as pessoas é muito boa. Não é nada individualista, portanto é muito enriquecedor», comentou.
O entusiasmo com o cinema tem sido tão intenso que Glória Pires está a pensar concretizar alguns projectos pessoais nesta área, entre eles «uma dramaturgia, baseada numa biografia», sobre a qual não quis adiantar ainda pormenores, e um conjunto de documentários.
«Tenho vontade de produzir algumas coisas, assuntos que eu gostaria de divulgar. Um deles é um documentário sobre o Araguaia, um rio que atravessa o centro do Brasil, onde existem tribos indígenas e remete para muito da história do país. Será feito em cinco partes, na verdade cinco documentários», revelou.
«Sorte» em trabalhar com Daniel Filho
Além de "Se eu fosse vocês II", Glória Pires participará no filme da realizadora brasileira Anna Muylaerte "É proibido fumar", um trabalho que antevê difícil porque vai ter de fumar, hábito que tinha abandonado desde há oito anos.
Daniel Filho - que se encontra em Lisboa também para ser alvo de uma homenagem na 2ª Mostra de Cinema Brasileiro - é um dos cineastas com quem mais gosta de filmar «porque é uma pessoa experiente e apaixonada pelo seu trabalho».
«Nós nos entendemos e eu tenho tido muita sorte em trabalhar com ele», sublinhou, lamentando, por outro lado, não conhecer a obra de realizadores portugueses porque «o que surge do cinema português no Brasil está muito restrito aos festivais».
Por isso, sublinhou a importânica da Mostra de Cinema Brasileiro, iniciativa da Fundação Luso-Brasileira, «porque também leva o cinema português ao Brasil, e é esse intercâmbio que é especial».
A importância das telenovelas
Quanto à telenovela, um género que se modificou muito da forma original mas cuja proposta continua a ser a mesma - «entreter, fazer sonhar» - tem actualmente «uma importante responsabilidade social», salientou a actriz.
Hoje «as novelas são cada vez mais usadas para passar mensagens subliminares importantes de saúde, de comportamento, de ética. É uma tendência a que se chama serviço de merchandising social, que é o mesmo conceito usado nos produtos».
«Essa é uma função maravilhosa da novela. A televisão tem essa vantagem fantástica da comunicação de massas, de se conseguir passar uma mensagem através das imagens, em tempo real, que alcançam milhões de pessoas. É muito bom, no mundo em que vivemos, que a novela tenha incorporado esta função», comentou à Lusa.
Numa conferência de imprensa conjunta realizada hoje, em Lisboa, com Daniel Filho, o realizador elogiou os desempenhos da actriz, nomeadamente em "O Primo Basílio", filme baseado na obra homónima de Eça de Queiroz, no qual Glória Pires teve inclusivamente de mudar a postura corporal para fazer de Juliana.
Com Lusa


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