Rio - Palavra tantas vezes repetida no discurso vitorioso de um então recém-empossado presidente brasileiro, a esperança é o único sentimento comum aos moradores de uma região em que a água é artigo de luxo e sobrevivência.
lugar como este, de realidade tão dolorosamente áspera, se desenrolam as primeiras cenas de ‘Lula, o Filho do Brasil’, filme de Fábio Barreto que começou a ser rodado terça-feira em Garanhuns, Agreste de Pernambuco.
Vizinho de Caetés, cidade em que nasceu Luiz Inácio Lula da Silva, personagem principal da produção, Garanhuns foi cenário para o sofrimento — real e fictício — dos atores envolvidos no filme. Filmando pela primeira vez numa locação do Nordeste, Glória Pires, que interpreta dona Lindu, mãe de Lula,dividiu com sete crianças — os atores que vivem o futuro presidente e seus irmãos — as desventuras agrestes.
“Eles estão andando descalços na pedra, se acostumando a entrar nos barreiros sujos, bebendo água no mesmo lugar em que bois e cabritos bebem. Foi duro, mas emocionante para todos”, conta o diretor Fábio Barreto. As filmagens em Pernambuco seguem até hoje e amanhã a equipe começa a rodar em São Paulo.
O lançamento está previsto para setembro.As primeiras cenas mostram as dificuldades da infância de Lula. “Aos 3, 4 anos, ele andava seis quilômetros para pegar água, matava calango para comer, quase foi morto por escorpião. São cenas muito fortes. Hoje (ontem), fizemos a seqüência em que a família parte de pau-de-arara.
Uma mãe sozinha com sete crianças”, explica Barreto, que já espera receber críticas.“Há chance de que pessoas pensem que essa é uma peça de propaganda para favorecê-lo eleitoralmente. Mas é um risco que vou correr. Tenho uma bela história nas mãos, de um homem que estava fadado ao fracasso e chegou onde está.”Barreto acredita, no entanto, que a fama mundial de Lula possa contribuir para a repercussão internacional do filme. “Pode escrever: ano que vem eu estou lá no Oscar, e desta vez eu trago essa estatueta”, aposta o diretor, indicado como Melhor Fime Estrangeiro em 1995 com ‘O Quatrilho’, que também tinha a participação de Glória Pires.
Fonte: Jornal ODIA
Um comentário:
És linda
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